Panorama Fronterizo

O estudante de medicina Taygor Ivan Moretto Pelissari teve novamente a prisão preventiva decretada pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) quase dois meses após ser solto com tornozeleira eletrônica. Acusado de integrar quadrilha de exploração de jogos de azar, após ser flagrado em um cassino, no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Ele foi capturado em Ponta Porã no domingo (22).

Em 16 de outubro do ano passado, Taygor foi encontrado em uma casa com 700 máquinas de jogos de azar. O local foi alvo de ação da equipe da Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros). Dois dias depois ele foi preso em Ponta Porã com uma pistola Glock, carregador e munições.

No dia 5 de dezembro de 2023 ele foi alvo de mandado de prisão no âmbito da operação Successione. A defesa do estudante entrou com recurso em 17 de julho deste ano alegando não existirem motivos para a manutenção da prisão do acadêmico. Ele teve a liberdade concedida com monitoração eletrônica nove dias depois.

No entanto, no último dia 18 de setembro, a decisão foi revogada pelos desembargadores da 1ª Câmara Criminal. Por unanimidade, os magistrados decidiram decretar novamente a prisão de Taygor, considerando o risco à “conveniência da instrução criminal”, porque ele causaria medo nas vítimas e também que os fatos investigados denotam “a periculosidade do recorrente, uma vez que integra Organização Criminosa voltada à tomada do jogo do bicho local”.

O mandado de prisão foi expedido com validade até setembro de 2036 e ontem policiais da 2ª Delegacia de Ponta Porã cumpriram a ordem judicial e capturaram Taygor. Não há detalhes de como e onde ele foi encontrado. Em seguida ele foi encaminhado para o presídio da cidade que fica na fronteira com o Paraguai.

Successione – No dia 7 de fevereiro, a Justiça em Campo Grande aceitou a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que apontou o deputado estadual Roberto Razuk Filho, Neno Razuk (PL), como chefe de quadrilha que tentava assumir o comando do jogo do bicho de Campo Grande.

O deputado diz ser inocente. “Eu vou ser inocentado e creio que a justiça vai ser feita. Ainda digo que estou sendo vítima de uma armação”.

Conforme a denúncia, para dominar o território campo-grandense de exploração do jogo de azar, ainda na tese do Gaeco, o político tinha em seu grupo agentes da segurança pública, que recebiam propina e auxiliavam na prática de roubos. O objetivo das ações era cooptar pessoas ligadas aos adversários para ampliar o poder na Capital.

Para a investigação, o deputado contava com a ajuda, por exemplo, do major aposentado da Polícia Militar, Gilberto Luiz dos Santos, conhecido como “Major G. Santos”, “Coronel” ou “Barba”, para gerenciar o esquema. Além de Neno Razuk e o “Major G. Santos”, Diego de Souza Nunes, José Eduardo Abdulahad, Júlio Cezar Ferreira dos Santos, Luiz Paulo Bernardes Braga, Sargento Manoel José Ribeiro, Mateus Júnior Aquino, Taygor Ivan Moretto Pelissari, Tiano Waldenor de Moraes, Valmir Queiroz Martinelli, Leydianne de Matos Rios de Moraes, Flávio Henrique Espíndola Figueiredo e Weslei de Queiroz Santos, também foram denunciados.

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